Muita coisa do ciclismo na Bahia deve-se a Wagner Silva, o Guiné. Um ciclista, competidor, organizador e amante de todas as modalidades que se refere à bicicleta. Iniciando no mundo das bikes, Guiné começou a competir no BMX quando tinha 4 anos de idade. Depois disto, não deixou de lado o convívio das bikes – uma paixão. Sua vida respira bike. Trabalhando no segmento há mais de 15 anos, ele se esforça para realizar oficialmente o primeiro campeonato baiano de downhill – mais um sonho que se realizará.
Fazendo parte da história do nosso ciclismo, ele nos conta como tudo começou:
“O downhill na Bahia começou muito antes do que a galera imagina. Em meados 93, tivemos uma prova show de downhill em Feira de Santana, organizada pela galera local e a Federação Baiana de Ciclismo, onde também ocorreu uma etapa do campeonato baiano de mountain bike naquele ano. E o vencedor das duas provas foi o lendário Samuel Barreto; um grande campeão do nosso ciclismo.
Mas essa prova foi a única desde então. O DH foi apagado da memória e o MTB predominou. Nesse contexto, modalidades extremas surgiam em Salvador como, Bike Trial, Freeride e Urban Assault em meados dos anos 1993. Nesse ano, eu já trabalhava na Winddance (loja referência nacional em bike e windsurf) e foi lá que eu aprofundei mais ainda as modalidades extremas.
Eventos diferenciados eram sempre organizados por mim e uma galera que sempre me acompanha até hoje: André Trial, Toko, Sandro-Gargamel, Cachaça, Juliano e outros. Mas os primeiros eventos e brincadeiras eram feitos nas ruas de Salvador e no Parque de Pituaçu, onde ocorreu a primeira prova oficial de downhill no estado, no 9º Guiné Bike Fest, em 2005.
Depois disto, os eventos foram fluindo mais ainda, a cada ano no Guiné Bike Fest modalidades diferentes de ciclismo extremo, tudo acompanhando a evolução de cada piloto. Chegamos a ter em 2006 uma etapa na Copa Nordeste de DH na Bahia, na cidade de Dias D’Ávila. Cidade esta que revelou um grande nome do downhill no estado, o mineiro “naturalizado” baiano, Charan Ros, que o primeiro campeão nordestino de downhill na categoria hard tail.
Logo então, o Downhill começou a migrar para outras regiões do estado, principalmente no sul, onde pilotos de Eunápolis, Matheus Schulz e Thales Lima entre outros, se organizaram e realizaram a primeira prova de DH da cidade, difundindo o downhill no sul da Bahia. Ainda assim o DH estava um pouco restrito no estado, com poucos adeptos.
Em meados de 2007 começaram a chegar novas figuras no cenário e uma mudança radical despontou no downhill baiano. Firmei uma parceria com Péricles Maia de Jequié, levando o downhill para a região sudoeste do estado, realizando o I Encontro de Freeriders de Jequié, quando pilotos de toda a região sul e sudoeste estiveram presentes marcando uma nova era no cenário. Foi a mistura de downhill, urban assault, biketrial e bmx em um evento que festejou a bike ao extremo.
Com isso, novos adeptos surgiram, pilotos de Ilhéus que antes praticavam MTB, migraram para o Downhill, e logo organizaram a primeira prova na cidade. Foi com grande esforço que Ailton Lima, Reginaldo Azevedo e todos os pilotos da cidade promoveram este evento que foi mais um sucesso, vários pilotos de várias cidades surgindo e mostrando atitude e talento.
Com toda essa evolução, o downhill chegou até Itapetinga na região sudoeste, cidades que entrou recentemente no cenário. Luis Gonzaga e amigos tomaram a frente e organizaram uma competição muito bonita de ser ver e de competir. São eventos simples, mas que prevalecem a amizade, união e atitude de cada piloto pelo amor ao Downhill.
A cidade caçulinha a hospedar uma competição de DH na Bahia é Canavieiras, na costa do cacau, próximo a Ilhéus, realizando a primeira competição do ano de 2010”.
E foi por toda essa evolução e crescente número de adeptos ao downhill que Guiné, em parceria com todos os líderes de cada cidade, deixou apenas de sonhar e partiu para a realização de um evento de grande importância com muito trabalho e dedicação. E agora será realizado o 1º Campeonato Baiano de Downhill oficial da história. É um fato que marcará a história do esporte no estado e o início de uma nova era.
Fonte: Federação Baiana de Ciclismo
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